Duro falar em tempo. Ai, meus quinze anos. Mas vamos a que viemos. Que chatice há tempos estão estes Jogos Regionais..
O tempo me remete a minha primeira ida, como preparador físico do futebol de campo, representado pela ADC Rigesa. Além dos meus compromissos com o futebol, assisti todos os jogos de voleibol que pude. Época de aprendizagem, já que comecei em 1983, ano que me formei.
É foda falar no meu tempo. Dá impressão de que tudo que foi feito antes era melhor. Lembro, nos bons tempos de Jogos Estudantis (desculpem a incongruência, mas neste caso, cabe), em que sempre apareciam ex-alunos e, muito engraçado, diziam: no meu tempo o nível era forte, olha agora... Parando para analisar, eles tiveram a visão da idade em que disputaram, das dificuldades da mesma faixa etária, e agora adultos vêem a meninada jogando, parece menor o feito conquistado pelos mais novos. O que, de fora, temos a vantagem de ver sob outros aspectos. Jogos Estudantis e voleibol em Valinhos foram bons até 2002. Depois que incluiram na competição queimada, diminiuiram a distância para o lance livre no basquete, a distância das provas de atletismo, volei de trio, usando as linha de ataque (uurrgh, SIRIBOL), porque os vagabundos dos professores não queriam ter o trabalho de fazer mini quadras.
Calma, passou.
Voltando, lá para São José do Rio Pardo, o formato dos jogos trazia todos os jogos na mesma semana. No início, 350 atletas, lotavam a escola que serviam de alojamento. Ônibus levavam os atletas para assistirem os jogos de outras equipes. Torcida, clima de jogos. Uma heterogeneidade da criançada da natação aos experientes da malha e bocha. Uma única categoria, no voleibol era de 28 a 32 equipes, grupos de 3, onde apenas um obtinha a classificação. A Região tinha Jundiaí, Piracicaba. Era sem dúvida a região mais forte do Estado.
E rapidamente vamos aos dias de hoje, depois de mudanças, duas divisões, 02 categorias. Hoje é realizado em duas semanas, onde a comissão organizadora chega a brincar, colocando melhor de 3 sets em quartas de final. Tudo tem que acabar logo, jogos em horários ridículos, onde a política, em sua pior definição manda. Cidades menores, sem representação, que não têm baba-ovo tomando cafezinho, jogam pela manhã, os beleza, no horário que pediram.
O que se vê, são times que "contratam" a baixo custo, jogadores e montam times exclusivos para os jogos. Difícil ver times que treinam e têm nos Jogos Regionais, um dos objetivos do ano. Resultado, bobagem passageira, para tentar ganhar a medalha. Pois pode faltar, como no ano passado...
E um grande crescimento de praticantes homossexuais. Um fato apenas. Constatação. Como disse em um artigo aqui mesmo, já em 1983 tinha gay no meu time. Poderia descrever aqui a importância da conscientização da diversidade cultural, social, racial, econômica, política, sexual, a inclusão de vários diagnósticos; mas fica para outro textículo. Para mim o que interessa é bola no chão. O que me irrita é mimimi, gaiola das loucas, de jogador que sai gritando, dando pulinhos, saltitos, bem como, um hétero, metido a machão, urrar a cada ponto. Vibração do jogo, grito no contexto. É voleibol este esporte, o melhor esporte, mais coletivo, bom sou suspeito para falar. Tem que respeitar.
Escrevi, assistindo Polônia X Irã, válido pelas finais da Liga Mundial. Sem comentários. Só dói quando eu rio.