domingo, 12 de novembro de 2017

A BOBAGEM DOS JOGOS COOPERATIVOS

Calma, improvável leitor deste blog. Não sou contra a cooperação, solidariedade e a ajuda entre duas ou mais pessoas como definem alguns incautos acerca dos jogos cooperativos.

Tem escola, que em jogos tradicionais como o handebol, por exemplo, não divulgam placar, não contam o jogo para não se ter vencedores ou perdedores. Acho uma idiotice.

Fábio Brotto, um dos idealizadores no Brasil deste Jogos cooperativos;  aponta que (Brotto - 1999) "a competição presente nos jogos competitivos proporciona situações capazes de eliminar a diversão e a alegria de jogar, além de excluir os menos capazes e, consequentemente, produzir mais perdedores do que vencedores, pois, apenas um sai vencedor e os demais, perdedores".

 Algo que  Elias e Dunning (1992), discordam, no sentido em que; "Sabe-se que, no entendimento de o esporte é uma manifestação social movida pela emoção e pela paixão, e sem essas condições até mesmo uma vitória pode tornar-se desinteressante"


Igor Barbarioli Muniz e Carlos Nazareno Ferreira Borges, da UFES - Universidade do Espirito Santo, quando analisam os argumentos utilizados pelo autor Brotto  valorizam os jogos cooperativos, considerados hegemonicamente positivos, em detrimento das implicações engendradas pelos jogos competitivos, responsabilizados pela disseminação de contravalores educativos negativos, afirmam que "Tais argumentos são apresentados sem evidências ou fundamentações teóricas consistentes e tomados como verdade para demonstrar as vantagens de um jogo sobre outro. Como resultado, têm-se características que não são exclusivas de cada jogo, mas pertencentes a uma dada situação relacional de jogo, isto é, à subjetividade das relações humanas".

E finalizando este breve apanhado teórico não se pode deixar também ignorar a pesquisa feita por Darido et al. (1999), cujos dados revelam que a centralização das competições esportivas nas aulas de educação física tem afastado os alunos desta disciplina, especialmente no ensino médio.

Em resumo, 30 anos na área da educação e do esporte me permitem dizer com absoluta certeza:

1. Não é necessário se criar um novo conceito e intitulá-lo de "Jogos cooperativos" para que alunos e praticantes demonstrem atitudes de cooperação,

2. É ridículo afirmar que em jogos competitivos, só por essa sua definição, excluam pessoas, deixem perdedores deprimidos e vencedores acima do bem e do mal,

3. Tudo depende da mediação, interação, intencionalidade, objetivos, profissionalismo e conhecimento do professor. Poderemos ter jogos, brincadeiras e atividades com demonstrações solidárias, entendimento da derrota, da vitória; especialmente nas aulas que não devem ser concebidas pelo formato do rendimento, da perfomance. Mas isso qualquer bom professor deve ter em seu acervo pedagógico.

4. Então, não deixem de praticar os esportes, digamos consolidados há 100 anos, nem jogos e brincadeiras regionais, nacionais, internacionais e inventadas. Em todos eles podem e devem ter cooperação.



Fonte: 
http://www.projetocooperacao.com.br/publicacoes/teste/