ÉTICA, MALANDRAGEM
OU HIPOCRISIA?
No Chile, Copa do Mundo de 1962, Nilton Santos, a “enciclopédia
do futebol”, no jogo entre Brasil e
Espanha, e quem perdesse ia embora para casa. Segundo tempo, espanhóis 1 a 0 no
placar, Enrique Collar é derrubado por Nilton Santos dentro da área. O
brasileiro dá dois passos para fora da área e engana o árbitro Sergio
Bustamante, que marca falta em vez de pênalti. Iniciava ali a “malandragem
brasileira”. Cortamos para 2017, Rodrigo Caio jogador do São Paulo, no jogo
contra o Corinthians, avisou ao arbitro (que havia mostrado cartão amarelo para o
atacante Jô, por um pisão no goleiro Renan), que
fora o pisão não foi de Jô, e sim, dele próprio, Rodrigo Caio. Assim o
arbitro Luiz Flávio de Oliveira retirou a advertência evitando assim que o
atacante ficasse suspenso pelo terceiro cartão amarelo no jogo de volta. Eis
que semanas depois o atleta do Corinthians, em partida contra o Vasco da Gama
faz um gol usando a mão e não se pronuncia. Cobrado pela omissão o atleta admite
ter feito
o gol com a mão, mas que não quis trapacear...
Cortamos agora para
domingo, 24.09.17, jogo de voleibol, adulto masculino, entre Valinhos X
Limeira, disputada numa quadra que parece um aquário, com vidros para todo
lado, que certamente atrapalha árbitros e jogadores. Por vezes nosso time
indicou o lado oposto como vencedor do lance, mesmo tendo a arbitragem já
sinalizado para outro lado. Instantes depois bola muuuiito dentro da quadra
limeirense, e claro, o time de Limeira ficou quieto, afinal quem apita e ganha
para isso é a equipe de arbitragem.
Neste ano assisti
vários jogos de voleibol com o recurso do vídeo-check, que só por sua
existência já deixa claro que não se pode deixar com os jogadores para dizerem
se tocaram ou não na bola, se foi dentro ou fora. É Responsabilidade da
arbitragem, (1 em cima,1 embaixo, 4 bandeiras, delegado da partida, a pqp...)
apitar o jogo. Os atletas falam para seu treinador se tocou ou não, se foi
dentro ou fora para que estes não percam o desafio.
Comentários como o do
insalubre baba-ovo Marco Freitas: Fulana(o) elegantemente se acusou, jamais
colou, já que a elegância tem momento e placar para desfilar.
E para a resposta do
título, acho que não é falta nem presença de ética. Cada um tem que executar
sua função dentro de uma partida. Treinador- Auxiliar-Atleta-Árbitro-Preparador
Físico-Fisioterapeuta-Médico-Supervisor-Delegado-Segurança, etc, pois se estas
funções se misturassem ficaria um samba do crioulo doido. E não acho elegante
se acusar, quando o árbitro não deu, bem como acho ridículo negar um lance
nítido que já foi marcado, e sim, acredito ser hipocrisia, especialmente no
alto nível, levantar o dedinho concordando que “sim, tocou em mim”, já que não fariam o
mesmo num possível 24x23, tie-break 14X13. Agora, em nosso nível, apontar o que
foi, favorecendo o adversário (especialmente contra equipe “mala”, que jamais fariam o
mesmo), sem que o árbitro tenha visto, é burrice.